23/03/2015

O diário de uma mudança forçada (Capítulo 1)

  Bom...eu nunca fui muito boa em me expressar, e tenho certeza que se eu disser isso pessoalmente vou acabar chorando e não conseguindo passar pra vocês nem a metade do que eu tenho pra dizer. Por isso vim me manifestar aqui.

  Se vocês estão lendo isso eu provavelmente vou, estou indo ou já fui para Pernambuco (ou seja lá qual for o lugar pra onde vão me levar). Eu sempre soube que meus pais pretendiam vender o apê  e voltar para o nordeste, mas no último fim de semana toda essa história que antes estava adormecida explodiu sob os meus pés, como se eu estivesse pisando em um campo minado. 
  Foi tudo muito repentino, e desde o dia 21/03 a minha mente tem estado muito bagunçada. Eu tento organizar as coisas, mas é como se meu cérebro tivesse dado um nó, que eu não sei como desfazer. Não sei se é muita fraqueza de minha parte, ou se o choque repentino de ter que abandonar tudo o que eu conheço para seguir uma nova vida em um lugar distante é tudo isso mesmo, e a minha reação não passa de algo completamente normal. Não consigo parar de ficar triste e imaginar mil coisas com relação a essa mudança brusca de vida. Ser eu não facilita em nada nessas horas porque eu sou do tipo de pessoa que espera (quase) sempre o pior das coisas, e eu não sei se vou me adaptar direito, porque vai ser como se tudo fosse um pesadelo ou sei lá, e eu sei que uma hora (pra não dizer a todo momento) eu vou desejar acordar desse pesadelo na minha cama de sempre, e ir pra escola encontrar todo mundo de novo. Pode ser que as coisas deem certo (ou não) , pode ser que eu goste de lá  (ou não), pode ser que eu faça colegas novos por lá (ou não); É esse "ou não" que me assusta. Como disse a professora Tereza na aula de hoje (dia 23/03): "O desconhecido assusta." Tudo pode dar certo....ou não.
  No entanto, estou feliz pela minha mãe e pelo meu irmão (não posso enxergar apenas os lados ruins da situação): Minha mãe vai reencontrar a mãe dela na Paraíba (eu espero), e passar um tempo cuidando dela. Se as coisas derem mais certo por lá, pode ser que a gente fique em PB mesmo, o que vai ser bom porque a minha avó já está bem velhinha, e a minha mãe sempre teve medo de que ela morresse antes de as duas se reencontrarem. Para ser sincera, a minha mãe também não quer ir, mas está dividida entre ir e ficar por causa da mãe dela. Outro ponto positivo é que o meu irmão pode ir para uma nova escola e recomeçar do zero. Ele já passou por muita coisa aqui em SP, e eu torço para que isso não se repita por lá.

Até agora isso não tem nada a ver com vocês, né? Pois agora vem a parte viada desse texto enorme que muita gente está torcendo para acabar logo:

Débora, você sabe que eu te amo muito. Você e a Sara foram minhas companheiras de guerra nesse pouco tempo em que ficamos juntas - e esse recado é para as duas! Claro, tivemos os nossos desentendimentos, mas isso acontece nas melhores famílias, e o fato de eles não influenciarem o que eu sinto por vocês é a prova de que essas pequenas coisas ficaram no passado e não passam de lembranças. Espero que daqui para frente a vida de vocês seja ótima, embora eu não esteja aí pra presenciar; espero que em meu lugar entrem pessoas maravilhosas nos seus caminhos e que essa tristeza amenize com o tempo - por hora é o que eu mais peço à Deus. Eu sinceramente queria ter tido mais tempo para ficar com vocês, e com os outros também! Mas os planos de Deus são bem maiores pra mim, e embora seja doloroso agora, eu espero que no fim eu possa olhar para trás e dizer que valeu a pena.

Ah! Mas eu não vou ficar longe pra sempre! Eu posso até ir embora, mas uma parte de mim continuará com vocês durante esse tempo em que eu estiver distante, e eu vou voltar em breve pra completar esse quebra-cabeças. Meus pensamentos estarão sempre com vocês. Vou tentar ligar com frequência e mante-las atualizadas sobre como está a minha vida, esteja onde eu estiver. É provável que este blog seja um dos nossos meios de comunicação daqui pra frente.

Termino este capítulo da minha vida com uma sensação de devaneio. É como se a minha ficha não houvesse caído, sabe? E acho que nunca digitei tanto sem parar em toda a minha vida.

Não esqueçam do dia 23 de maio hein meninas?

Um abração bem forte de sua amiga Rebeca, aquela que odeia despedidas :P